É um movimento religioso, que pretende ser de inspiração cristã, e cuja denominação vem de gnose, do termo grego “gnosis” (conhecimento); ele se caracteriza pela crença de que os homens são partículas divinas aprisionadas na matéria. Esta doutrina tem, como pressuposto, o dualismo divino (a existência de dois deuses): o espiritual teria como origem um deus bom, mas a matéria, por sua vez, teria como origem um deus mal; assim considerada, a alma humana seria prisioneira do tempo, do seu corpo, e do mundo; todo o universo visível seria, pois, uma grande prisão, e por isto, mau. O gnosticismo pregava, pois, a libertação do homem por meio de um conhecimento espiritual esotérico do ser supremo (deus bom). Combatida muito especialmente por São João Evangelista e Santo Irineu de Lion, esta doutrina foi rotulada como herética pelos Padres da Igreja, e condenada pela Igreja Católica, por ser incompatível com a Revelação. Sua influência, contudo, marcou profundamente outras religiões como o maniqueísmo, o marcionismo e o catarismo, algumas das quais consideravam ser o suicídio o maior e mais belo ato heroico do qual o homem era capaz.