OS ANJOS DA GUARDA – 3ª PARTE
Nesta última conferência do terceiro bloco, veremos as estreitíssimas relações existentes entre o Anjo da Guarda e seu protegido, e o incrível desvelo do qual somos objeto por parte dos nossos anjos protetores.
4) O anjo da guarda pessoal
Existem quatro razões para que cada ser humano goze da proteção individual de um anjo próprio: governo pelos superiores, guia quem já está no fim, equilíbrio frente à tentação, a recapitulação em Cristo Cabeça.
Para São Tomás, é sobretudo uma consequência da instabilidade e variabilidade da vontade do homem; o fundamento evangélico se encontra em São Mateus: “seus anjos estão constantemente diante do Pai” (Mt 18,10).
Este anjo me protege do mal que faço, e contém os maus efeitos; me protege desde o nascimento, mas só é verdadeiramente eficaz a partir do batismo; sua missão atinge seu auge no instante da minha morte, momento decisivo para meu destino eterno.
Se sua proteção acaba com a morte, seu ministério continua: comparece no juízo (como testemunha de maior exceção), acompanha no Purgatório (para me consolar e animar), executa a sentença (me introduz no céu), concorre na ressurreição da carne (reunindo minhas cinzas), e co-reina no céu (me ilumina a respeito das verdades que lhes são manifestadas).
5) A felicidade do Anjo da Guarda
O anjo não sofre privação da visão de Deus por cuidar de seu protegido, pois a visão beatífica é um estado, não um lugar; ademais, o anjo não sai do céu como de um lugar.
O anjo, embora nos ame tanto, não sofre por ver-nos padecer, pois tristeza e dor resultam da contrariedade da vontade, algo que os anjos não podem ter por verem a Deus face a face; mas compadece-se de nós, nos fortifica e consola, para termos forças para enfrentar nossa luta.
Não existem lutas, disputas ou desentendimentos entre os anjos, pois eles se regulam pelo parecer divino.
Logo, nenhum infortúnio os atinge, embora os sucessos lhes acresçam a alegria; a própria custódia é, para os anjos da guarda, motivo de alegria especial.
Considera-se, finalmente, o imenso amor e desvelo dos quais somos objeto, cada um individualmente, da parte do nosso próprio anjo da guarda.