A NATUREZA ANGÉLICA – 1ª PARTE
Neste primeiro bloco (que corresponde ao primeiro dia de curso), procura-se tratar da natureza dos anjos, partindo da definição dada pelo Catecismo da Igreja Católica: os anjos são criaturas pessoais, puramente espirituais, imortais, dotadas de inteligência e vontade (cf. n. 330).
1) Os Anjos são criaturas…
Eles foram criados por Deus, por pura liberalidade, para serem associados (como os homens) à felicidade eterna de Deus.
Anjos e homens são, de toda a criação, os únicos seres que dão a Deus a glória extrínseca formal.
Mas, por serem puros espíritos, os anjos estão mais próximos de Deus, e por isto lhe dão uma glória mais perfeita que os homens.
Assim, eles são modelos para os homens, são seus regentes e protetores, numa relação de verdadeira sociedade.
2) … puramente espirituais…
Para os antigos, só Deus era puro espírito. Isto vai criar uma dificuldade terrível para São Tomás, que ele acaba resolvendo de modo magistral.
Com efeito, São Tomás, fundamentado nas Escrituras e nos Padres, afirmou sempre a total imaterialidade dos anjos, o que lhe valeu ser quase condenado.
Mas a necessidade de seres totalmente espirituais decorre da excessiva distância existente entre Deus e os homens, e de dois princípios da ontologia (rama da metafísica): os acidentes e a preexistência.
Assim, São Tomás descobre que a distinção dos anjos de Deus se dá pela oposição entre o Ser Simples e os seres compostos de alguma forma de ato e de potência, que nos anjos se dá pela distinção entre essência e existência.
