Contrariamente a seu sentido etimológico mais exato (do grego, “angelos”, mensageiro, e “logia”, palavra, estudo), a angeologia é a rama da teologia que se dedica especificamente ao estudo destes puros espíritos – portanto, totalmente imateriais –, dotados de inteligência e vontade, que foram criados por Deus, e que nós – por falta de elementos mais concretos para defini-los – chamamos de Anjos. Com efeito, “anjo” quer dizer mensageiro; assim, ao chamar estes espíritos de “anjos”, nós os identificamos apenas com a menor de suas numerosas e belas funções. De fato, muitas vezes servem como mensageiros entre Deus e os homens: ora ensinando-nos os caminhos de Deus, ora levando a Ele nossas preces e súplicas. Mas sua missão não se limita a isto, posto que eles foram criados sobretudo para louvar a Deus e ajudá-lo no governo da Criação. Muitos autores escreveram sobre os anjos, suas faculdades, sua missão; mas poucos trataram suficientemente para deixar um corpo de doutrina coeso e sólido, ficando este um privilégio quase exclusivo de São Tomás de Aquino. Mesmo assim, e talvez dado o caráter sumamente misterioso e elevadíssimo destes espíritos (pois sua natureza supera e excede de muito as limitações de nossa inteligência), a angeologia ainda é uma ciência teológica infelizmente muito – e injustamente – subdesenvolvida.