Entre outros argumentos racionais para a existência dos Anjos, vimos que se eles não existissem, haveria um elo perdido na Criação, entre a imensidade de Deus, puro espírito incriado, e a criação material. Mas… não haverá uma razão mais firme para se acreditar nos Anjos?
Muito além dos argumentos racionais (filosóficos e metafísicos) que demos no ultimo artigo, a base fundamental da crença na existência dos espíritos celestes está sem dúvida alguma na Revelação. Com efeito, dificilmente se encontrará alguma página da Bíblia que não faça referência aos anjos. Dentre as numerosíssimas intervenções angélicas na História Sagrada, poderíamos citar – escolhendo apenas algumas:
– os “querubins armados” que guardam as portas do Paraíso Terrestre:
“[O Senhor Deus] colocou ao oriente do jardim do Éden querubins armados de uma espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida 1”.
– o anjo que retém o braço de Abraão:
“O anjo do Senhor, porém, gritou-lhe do céu: ‘Abraão! Abraão! (…) Não estendas a tua mão contra o menino, e não lhe faças nada. Agora eu sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu próprio filho, teu filho único’ 2”.
– o anjo que socorre Elias no deserto:
“Eis que um anjo tocou-o, e disse: Levanta-te e come 3”.
– o anjo que protege os três rapazes na fogueira:
“O anjo do Senhor havia descido com Azarias e seus companheiros à fornalha e afastava o fogo. Fez do centro da fogueira como um lugar onde soprasse uma brisa matinal: o fogo nem mesmo os tocava, nem lhes fazia mal algum, nem lhes causava a menor dor 4”.
– o anjo que salva o profeta Daniel dos leões:
“Meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca dos leões; eles não me fizeram mal algum, porque a seus olhos eu era inocente e porque contra ti também, ó rei, não cometi falta alguma 5”.
No Novo Testamento, ainda, os anjos não são menos presentes. Além do Apocalipse, (visão simbólica e resumitiva da História, onde São João é guiado e ensinado pelos anjos, e que cita a estes 72 vezes), inúmeros episódios atestam não só a existência deles como também a interferência dos espíritos celestes na História da Redenção e da Igreja nascente. Apenas a título de exemplo, poderíamos citar alguns:
– a aparição do anjo Gabriel à Virgem Maria, para anunciar-lhe o nascimento do Messias Redentor:
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria 6”.
– a aparição do anjo a São José, para revelar-lhe o mistério da Incarnação:
“Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: ‘José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo’ 7”.
– outras aparições de anjos a São José, para proteger o Menino Jesus dos perseguidores que o queriam matar:
“Um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar’ 8”.
“Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino’ 9”.
– os anjos assistem a Jesus no deserto, logo após as tentações:
“O demônio o deixou, e os anjos aproximaram-se dele para servi-lo 10”.
– um anjo conforta Jesus, durante os sofrimentos que padecia na sua agonia, prévia à sua Paixão e Morte:
“Apareceu-lhe então um anjo do céu para confortá-lo 11”.
– um anjo anuncia a Ressurreição de Cristo às santas mulheres, que tinham ido ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus com perfumes:
“O anjo disse às mulheres: ‘Não temais! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Não está aqui: ressuscitou como disse’ 12”.
– os anjos aparecem aos apóstolos e discípulos, imediatamente depois da Ascensão, para lhes dar ânimo, e revelar-lhes o sentido mais profundo da Ascensão:
“Lhes apareceram dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: ‘Homens da Galiléia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu’ 13“.
Ademais, e só na carta aos Hebreus, São Paulo fala 13 vezes dos anjos…
Mas, afinal, o que é um anjo? O que quer dizer a palavra “anjo”? O que nos diz esta palavra a respeito da natureza do anjo, do que ele é, do que ele faz? Este é justamente o tema do próximo artigo.
Acompanhe aqui o conteúdo da matéria na íntegra, e continue conosco, até a próxima semana… “sob a proteção dos Santos Anjos”!
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NOTAS ————————————————————
1. Gn 3,24.
2. Gn 22,11-12.
3. 1Re 19,5.
4. Dn 3,49-50.
5. Dn 6,23.
6. Lc 1,26-27ss.
7. Mt 1,20.
8. Mt 2,13.
9. Mt 2,19-20.
10. Mt 4,11.
11. Lc 22,43.
12. Mt 28,5-6.
13. At 1,10-11.